quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O vento delicadamente soprou os papilhos brancos.

E as filhas-fadas da flor esférica se foram lentamente esvaecendo,
Esvoaçando.

Era um apenas
O dente-de-leão.


 Agora é tantos. 



sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Nessa ninguém me arremeda
Sei dois jeitos de acabar com a vida
Que são tiro e queda.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Um pra cada um


Sartre me assaltou
Com um pensamento terno
Enfim sei quem eu sou:

Sete bilhões de infernos.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Como se saltasse
De trás de uma grande moita
A luz irrompeu aflita,
Afoita
Rompendo a noite com seu machado
Com sua foice
Com seu açoite.

Métodos nada serenos,
O escuro foi alvejado
Sem ais nem menos.

Tomado de assalto
Sem tempo para apelos
Atropelos, sobressaltos
De seus alvéolos subtraído
Seus elos desintegrados.

Quanto alvoroço
Por nada!
Soubesse o dia
Que o alvo da noite
É a alvorada.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O dia de folga
A sorte grande
A pedra do caminho
A menina pra dançar

O sentido da frase
A máscara da cara
O peso da consciência
As aspas da fala

Da colmeia, o mel
Do corpo, a roupa
Da alma, a dor
Da mulher, o véu...

Coisas que quando tiramos
(Sem tirar nem por)
É de se tirar o chapéu.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Velhos amigos
Encontraram-se por acaso
Na rua.
Sorriram-se
Abraçaram-se
Combinaram bar
Churrasco
Viagem à lua
Igualzinho um ano antes
Em outro acaso
Em outra rua.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Nada abrandava seu sofrimento
Supria suas necessidades
Até que conferiu seu suprimento
De chocolates




sábado, 24 de janeiro de 2015

Amor e café
Nos ensinam a lição
Algumas coisas têm que ser feitas
Em ponto de ebulição



sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Crime no chiqueiro
Envolvendo a lavagem

de dinheiro.

Mas hábeis
São os porcos
Em construir álibis
E habeas corpus.






quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Tuas intenções podem ser boas
Ou más
Teus ditos podem ser
De guerra ou paz
E tudo será desdito
Com um mas.
Sou contra isso, mas.
Respeito isso, mas.
Depois do mas só cabe um sinal:
Ponto final.
Em frente à tua cara
O mas é a tênue chama de uma vela
Que não te escancara.

Mas te revela.




terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Todos os que eu conheci
Já chegaram com feridas prontas
Algumas ainda doloridas
Algumas já queridas
Outras, eu mesmo as pus ali
Proferindo insultos, silêncios, pragas
Desferindo lanças, carícias, socos.
Pode  conferir
Em cada alma
Em cada rosto
Há feridas prévias
Para todos os gostos.
Qual a sua pre-
ferida?






segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Também há charme
Nos desencontros
Por isso não se arme
Não se alarme
Eu apenas te busquei
Onde você não me esperava
E você me procurou
Onde não foi possível achar-me.



domingo, 18 de janeiro de 2015

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

É preciso conspurcar
Nossos manuais de conduta
Pôr prostitutas no altar
E santas nas casas de putas.
Tudo o que se postula
Como absoluta verdade
Não passará de impostura
E vaidade.



quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ruídos, fluídos
Odores, sabores
Secreções e ventosidades
Viscosidades e excreções

Disseminar nossos genes
Em essência
Não é questão de higiene
Mas de urgência.


quarta-feira, 14 de janeiro de 2015