Blog de poemas miúdos, como as formigas, como as migalhas, que juntos/juntas formarão nossa colônia. De férias!
terça-feira, 30 de dezembro de 2014
Deitado no catre Descartes entre as mãos, Cochilo ergo sum
O sol
No céu pintou
E tudo pintou
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Visões da colina:
A cidade subentendida
Sob a neblina.
domingo, 28 de dezembro de 2014
Quis que você fosse
Sempre mais
Do que já era
E você foi
Pra nunca mais.
Já era!
sábado, 27 de dezembro de 2014
Canção do exílio
abortada
Visto negado
Na embaixada.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
Vão
Pelo vão da porta
Eles vão olhar
Mas será em vão.
À vida reta Não resta Nenhum aparar De arestas.
A vida errante Agora e antes Não segue o som dos berrantes.
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
Dramática Normativa De língua portuguesa Deslições do dia: Anotar telefones Dos verbos de ligação; Decorar as capitais Dos verbos de estado E deixá-las bem enfeitadas; Iniciar a autópsia De períodos decompostos; Fazer uma análise simpática De orações condenadas por insubordinação; Colorir sujeitos ocultos Do seu manuel de instruções.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Hey, meninos maus
Que aprontaram tanto
Não vai ter ceia-bola-cânticos
No natal.
Escondidinhos
Aí no canto
Deem um aceno a Santa Claus.
Merry Krampus.
Reclamações deixo aqui Na minha poesia. Ali, Na real Distribuo feliz natal E peço benção pras tias.
Amar e não endurecer: Amadurecer.
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
A era a letra da abelhinha E, a do elefante E ia por aí afora. Saudades do jardim de infância Quando só as vogais Estavam em voga.
Dezembro
Se bem me lembro
Muito distava dos
olhos
E membros.
2015: breve instante
Em breve estará num
passado
Distante.
O que trará de novo
O Ano Novo?
E de novo
O que trará?
Novamentes
Novidades
De novo o velho
Aí está.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Precipitados
Indiferente
À nossa impotência
A imponência das nuvens
Nos subjuga.
Mas é do nosso feitio
Pensar que é por nós o
estio
Ou que por nós
Cai a chuva.
Segundo a moda Segunda é foda
domingo, 21 de dezembro de 2014
Estranho
Tudo o que sai das
entranhas.
Sangue
Porra
Merda
Ranho.
Eu vi
É real
Toda vida
É visceral.
Mosquitos São sempre isto Quer seja aqui Seja em Moscou Ou seja em Quito
sábado, 20 de dezembro de 2014
Fazenda Macabra A algumas cabras Sombra, leito, capim fresco Ao resto, os restos Cabresto. Mas estas já estão cabreiras.
Reforma
Tanta informação
Formou (deformou?)
Nossas mentes de barro
Que assumindo nova
forma
Fundidas
Confundidas
Massa indistinta
(Não se reconhecem cor
Raça, tinta)
Agora espalham
A boa norma.
Risos e ais
Enfim normais.
Com a bombinha de asma Lá vai ela Toda entusiasmada.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Biciclessantíssima
Trindade
Todo louvor a ela:
Um corpo
Uma estrada
E uma magrela.
Quando perguntaram pra Luci: Luci, é verdade que você mente? Luci respondeu com lucidez: a-l-u-c-i-n-a-d-a-m-e-n-t-e
V
E
I L
Vasto N A
Vento F N
Vendaval L A
A V
A
L
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
Torre de Babel Destinos e línguas se cruzam No saguão do hotel
Um café fumegante E poesia Dizendo a este corpo cambaleante: Bom dia!
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
formigas migalhas formigas levando as migalhas formigalhas
É preciso que nos desdobremos
Para que não nos dobrem.
"O Brasil não para de
crescer"
Viu na TV o sertanejo
Ao que retrucou:
Má cadê?
Qui eu num vejo!
Amigos são riqueza
São família
Sou familionário
Arroz, feijão E ovo frito. Mais que uma refeição: um mito.